16 de nov. de 2014

Suco para afinar a CINTURA



Este suco é feito com maçã e abacaxi. Ele é um excelente suco que você pode fazer em casa e gastando pouquíssimo. Seu poder nutricional garante afinar a cintura, dá mais disposição e ainda diminui a barriga. Para preparar este suco sensacional são necessários os seguintes ingredientes:
* ½ maçã, 1 fatia de abacaxi, 1 colher (sopa) de gengibre e 200 ml de água.
Passo a passo:
* Corte a maçã ao meio;
* Retire as suas sementes e posteriormente adicione todos os ingredientes no liquidificador;
* Depois, bata bem;
* Adoce à seu gosto e beba vários copos durante o dia.
Essa receita caseira é preparada com ingredientes antioxidantes, que ajudam a eliminar as toxinas no organismo proporcionando mais energia à pessoa. A bebida também estimula o funcionamento do intestino e é diurética, diminuindo assim o inchaço abdominal.
O ideal para ficar ainda melhor e ter resultados surpreendentes é combinar esse suco com a realização de atividades físicas, dessa forma você consegue emagrecer rapidamente.

DICAS DE VENDAS

  • Negócios são negócios – Encare desta forma.
  • Você não é o resultados que você tem – Os resultados que você tem estão diretamente ligados aos processos que você usa.
  • Todo processo pode ser mudado por alguém com foco e comprometimento.
  • Toda a comunicação pode ser alterada por alguém com foco e comprometimento.
  • Você é a única pessoa responsável pelo seu sucesso, então comprometa-se com ele!
Recado dado, vamos ver EXATAMENTE como fazer, esqueça por um momento chefes ou colegas, vamos nos concentrar EM VOCÊ.
Recomendo anotar estas perguntas e responde-las com o maior detalhamento possível, vai ser a base do projeto para a melhoria contínua.
AUTO-SUFICIÊNCIA EM VENDAS
1)      O que você tem feito hoje para atingir suas metas?
  1. Tem dado resultados?
2)      O que você pode fazer de diferente para atingir suas metas?
  1. Opção 1
  2. Opção 2
  3. Opção 3
  4. Opção 4
  5. Opção 5
3)      Em relação ao seu foco, o quanto você está focado em seu negócio?
  1. Acha isso o suficiente?
  2. Se é o suficiente por que precisa ainda vender mais?
  3. Ainda acha o suficiente?
4)      Das opções do item 2, qual você pode implantar imediatamente sem consultar ninguém?
5)      Como vai saber que estão dando certo?
6)      Quanto tempo vai levar pra ter a certeza da questão 5?
7)      Das opções do item 2, qual você precisa consultar?
  1. Organizou sua ideia para que a entendam?
  2. Marcou a reunião?
  3. O resultado da reunião foi como esperava?
i.      Se não foi, qual o próximo plano?
8)      Colocou os seus novos planos em ação?
  1. Quando vai colocar?
  2. Se não conseguiu realizar nenhum dos planos, favor voltar no item 2.
9)      Criou uma tabela ou planilha para controlar as mudanças?
  1. Está preenchendo-a corretamente?
ACOMPANHAMENTO – DEVE SER FEITO DEPOIS DE UMA SEMANA.
1)      Seu acompanhamento está preenchido?
2)      Está tendo os resultados:
  1. Piores do que antes?
  2. Iguais aos de antes?
  3. Melhores aos de antes?
i.      Caso a e caso b – Volte ao item AUTO-SUFICIÊNCIA EM VENDAS, neste momento e refaça-o.
ii.      Caso c- Parabéns, viu como era possível.
3)      Como pode melhorar os resultados para esta semana?
  1. Continuidade do projeto?
  2. Melhoria do projeto?
  3. Outro projeto?
i.      Caso A – Continue.
ii.      Caso B e C – Volte ao item AUTO-SUFICIÊNCIA EM VENDAS, neste momento e refaça-o.
FATORES EMOCIONAIS
emoçõesOs maiores aliados e os maiores inimigos de qualquer pessoa, em qualquer área de atuação e a qualquer tempo são as emoções. A repetição da palavra qualquer é para dar a ênfase que merece o cuidado com sua emoções.
Os atos grandiosos e os destrutivos nascem da mesma semente, uma emoção.
Dentro de cada um de nós há tanto as boas quanto as ruins e não é por tê-las que você deve se preocupar e sim por dar atenção a elas! Essas sementes crescem onde sua atenção está focada, elas crescem conforme a atenção que você dá a elas.
Quem um exemplo prático?
Me conte seu maior momento de tristeza, já perdeu alguém querido? PARE!! Não era bem isso que eu queria saber, quero saber de verdade, quando você se sentiu a melhor pessoa do mundo, aquela vez, que você bem sabe que o mundo parecia ser simples, fácil e alegre. Deste momento que eu quero saber.
Se você leu com calma o parágrafo acima, é bem provável que duas emoções foram despertadas, uma ruim e uma boa. Isso acontece conosco a todo o tempo quando temos um desafio a frente. Desafio é uma palavra encorajadora pra dificuldade, coloque-a no seu dicionário e risque a palavra dificuldade, ela não lhe fará falta, garanto!
Ao encarar desafios você se coloca em uma situação onde é diretamente levado a ter uma emoção e a escolha de QUAL emoção usar é importante para a superação! Encorajamento para resolver é sempre melhor que desespero e apatia.
E por falar nela, nada mata mais sonhos que a apatia, afinal ela tem amigas interessantes. A apatia tem a TV, um bom papo ou mais uma espiadela no face antes de fazer o que é necessário, ela também tem como grande companheira o medo e o “deixa pra depois”, a inimiga procrastinação.
A procrastinação é o pecado do presente, pois deixamos para o futuro coisas que DEVEMOS fazer agora, acredito que ela é o novo pecado, o 8º. O problema é que não pagamos por ela depois que vamos, pagamos no dia seguinte, no trabalho feito as pressas sem qualidade, no descaso com o que nos importa… Bem que deveria ter o antídoto dela a venda nas farmácias, o senso de urgência.
Embora não haja nas farmácias, ele pode ser encontrado, fica geralmente próximo a emoção superação e as vezes está ao lado da raiva pela situação atual! Quem disse que você não pode se revoltar? PODE e as vezes DEVE!
Você deve se revoltar contra qualquer coisa, PRINCIPALMENTE as auto impostas que o levem para baixo, que o levem para o desânimo e ao desespero. Revolte-se! Não aceite ser escravo da auto piedade, procrastinação, medo e de uma vez por todas, acredite em mim, você é capaz de resolver os problemas em suas vendas se usar o que lhe disse…

TRATE UM NEGÓCIO COMO NEGÓCIO.

Sucesso e Muitas Vendas!
André Cia.
P.S: Nas pesquisas que tenho realizado, boa parte dos vendedores encontram-se desmotivados e com uma confiança um pouco baixa, então faça como eu e ajude alguém, compartilhe esta postagem.

15 de nov. de 2014

Resumo do Romance A Hora da Estrela _ Clarice Lispector





Resumo do livro:

Macabéa é uma mulher comum, para quem ninguém olharia, ou melhor, a quem qualquer um desprezaria: corpo franzino, doente, feia, maus hábitos de higiene. Além disso, era alvo fácil da propaganda e da indústria cultural (para exemplificar, seu desejo maior era ser igual a Marilyn Monroe, símbolo sexual da época).
Nossa personagem não sabe quem é, o que a torna incapaz de impor-se frente a qualquer um. Começa a namorar Olímpico de Jesus, nordestino ambicioso, que não vê nela chances de ascensão social de qualquer tipo. Assim sendo, abandona-a para ficar com Glória, colega de trabalho de Macabéa; afinal, o pai dela era açougueiro, o que lhe sugeria a possibilidade de melhora financeira. Triste, nossa personagem busca consolo na cartomante, que prevê que ela seria, finalmente, feliz... a felicidade viria do “estrangeiro”. De certa forma, é o que acontece: ao sair da casa da cartomante, Macabéa é atropelada por Hans, que dirigia um luxuoso Mercedes-Benz. Esta é a sua “hora da estrela”, momento de libertação para alguém que, afinal, “vivia numa cidade toda feita contra ela”.
“Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta, continuarei a escrever. (...) Pensar é um ato. Sentir é um fato.”
Existe a necessidade constante de descobrir-se o princípio, mas o homem, limitado que é, não conhece a resposta a todas as perguntas. A personagem narradora não é diferente dos outros homens, porém, mesmo sem saber tais respostas, de uma coisa ela tem certeza e, por isso, ela afirma: “Tudo no mundo começou com um sim.” É preciso dizer sim para que algo comece, por isso, ela diz “sim” a Macabéa. Alguém que forçou seud nascimento, sua saída de dentro do narrador, tornando-se a nordestina, personagem protagonista de seu romance.
É o grito do narrador que aparece no corpo de Macabéa:
“Mas a pessoa de quem falarei mal tem corpo para vender, ninguém a quer, ela é virgem e inócua, não faz falta a ninguém. Aliás - descubro eu agora - também não faço a menor falta, e até o que eu escrevo um outro escreveria. Um outro escritor sim, mas teria que ser homem porque escritora mulher pode lacrimejar piegas.”
Livro A Hora da EstrelaAssim, ela é uma entre tantas, pois quem olharia para alguém com “corpo cariado”, franzino, trajes sujos, ovários incapazes de reproduzir? Com ela o narrador identifica-se, pois ele também nada fez de especial (qualquer um escreveria o que ele escreve); teria de ser escritor, mas nunca escritora; por outro lado, não se pode esquecer de que quem escreve é Clarice Lispector, conforme se afirma na dedicatória.
Dessa forma, desencadeia-se, na primeira parte do livro, todo um processo de metalinguagem, que entrecortará a narrativa até o seu desfecho. O narrador homem - Rodrigo S. M. - tecerá reflexões sobre a posição que o escritor ocupa na sociedade, seu papel diante dela e, principalmente, sobre o processo de elaboração da escritura de sua obra:
“Escrevo neste instante com prévio pudor por vos estar invadindo com tal narrativa tão exterior e explícita. De onde no entanto até sangue arfante de tão vivo de vida poderá quem sabe escorrer e coagular em cubos de geléia trêmula. Será essa história um dia o meu coágulo? Que sei eu. Se há veracidade nela - e é claro que a história é verdadeira embora inventada - que cada um reconheça em si mesmo porque todos nós somos um e quem não tem pobreza de dinheiro tem pobreza de espíirito ou saudade por lhe faltar coisa mais preciosa do que ouro - existe a quem falte o delicado essencial.
Proponho-me a que não seja complexo o que escreverei, embora seja obrigado a usar as palavras que vos sustentam. A história - determino com falso livre arbítrio - vai ter uns sete personagens e eu sou um dos mais importantes deles, é claro. Eu, Rodrigo S. M. Relato antigo, este, pois não quero ser modernoso e inventar modismos à guisa de originalidade. Assim é que experimentarei contra os meus hábitos uma história com começo, meio e ‘gran finale’ seguido de silêncio e chuva caindo.”
Ironizando, repetidas vezes, o desejo que os leitores têm da narrativa tradicional, Clarice Lispector (aqui transfigurada no narrador Rodrigo S. M.), em contrapartida, não abre mão de suas características mais marcantes, ou seja, a reflexão, o elemento acima do enredo, o “silêncio e a chuva caindo”, que marcarão a personagem protagonista.
Como contar a vida sem menti-la? Para isso, pondera o narrador, a narrativa há de ser simples, sem arte. O narrador está enjoado de literatura. Não usará “termos suculentos”, “adjetivos esplendorosos”, “carnudos substantivos”, verbos “esguios que atravessam agudos o ar em vias de ação”. A linguagem deve ser despojada para ser precisa e para poder alcançar o corpo inteiro e vivo da realidade.
Como escreve o narrador?
“Verifico que escrevo de ouvido assim como aprendi inglês e francês de ouvido. Antecedentes meus do escrever? Sou um homem que tem mais dinheiro do que os que passam fome, o que faz de mim de algum modo um desonesto. (...) Que mais? Sim, não tenho classe social, marginalizado que sou. A classe alta me tem como um monstro esquisito, a média com desconfiança de que eu possa desequilibrá-la, a classe baixa nunca vem a mim.”
Chegamos, aqui, ao ponto mais importante desse trabalho de metalinguagem: a consciência do escritor como um marginalizado. É aqui que o narrador se funde com sua personagem: ambos são marginalizados, num espaço que não os aceita. Tal fusão se dá em todos os níveis - não apenas no desejo de simplicidade da linguagem despojada; para poder falar de Macabéa, o escritor torna-se um trabalhador braçal, faz-se pobre, dorme pouco, adquire olheiras fundas e escuras, deixa a barba por fazer, lidando com uma personagem que insiste, com seus dezenove anos, mesmo tendo “corpo cariado”, comparada a uma “cadela vadia”, “numa cidade toda feita contra ela”, em viver. Assim, personagem e narrador dão seu grito de resistência em busca da vida.
A resistência de Macabéa pode ser representada, por exemplo, nos momentos em que sorri na rua para pessoas que sequer a vêem; a resistência do narrador, na busca da palavra, cheia de sentidos secretos... a “coisa”, que, quando não existe, deve ser inventada (o narrador escritor como senhor da criação).
Tanto Macabéa como a palavra são pedras brutas a serem trabalhadas. A palavra será a mediadora entre o narrador e o leitor, e entre o leitor e Macabéa, pois é por meio dela que conheceremos a história da personagem, os fatos e, principalmente, o nascimento deles. O narrador, ao contar Macabéa, conta a si mesmo, não só pelas sucessivas identificações com a personagem, mas porque ela sai de dentro de si, imanente que é a ele (“pois a datilógrafa não quer sair de meus ombros.”).
Dessa união, nasce uma nordestina vinda de Alagoas para o Rio de Janeiro. Datilógrafa, “o que lhe dava alguma dignidade”, fazendo-a acreditar que tal profissão indicava que “era alguém na vida” (aqui, não lhe passa pela cabeça que é uma péssima profissional, semi-analfabeta... ela não tem consciência de nada disso).
Alguém com aparência bruta, capaz de enojar suas quatro companheiras de quarto (na pensão onde morava), trabalhadoras das Lojas Americanas:
“... dormia de combinação de brim, com manchas bastante suspeitas de sangue pálido (...) Dormia de boca aberta por causa do nariz entupido.
Ela nascera com maus antecedentes e agora parecia uma filha de não-sei-o-quê com ar de se desculpar por ocupar espaço. No espelho distraidamente examinou as manchas do rosto. Em Alagoas chamavam-se ‘panos’, diziam que vinham do fígado. Disfarçava os panos com grossa camada de pó branco e se ficava meio caiada era melhor que o pardacento. 
Ela toda era um pouco encardida pois raramente se lavava. De dia usava saia e blusa, de noite dormia de combinação. Uma colega de quarto não sabia como avisar-lhe que seu cheiro era murrinhento. E como não sabia, ficou por isso mesmo, pois tinha medo de ofendê-la. Nada nela era iridescente, embora a pele do rosto entre as manchas tivesse um leve brilho de opala. Mas não importava. Ninguém olhava para ela na rua, ela era café frio. 
Assoava o nariz na barra da combinação. Não tinha aquela coisa delicada que se chama encanto. Só eu a vejo encantadora. Só eu, seu autor, a amo. Sofro por ela.”
Sua falta de percepção física acompanha a psicológica. Começa com o fato de ela ser alvo fácil da sociedade consumista e da indústria cultural: gosta de colecionar anúncios; seus parcos conhecimentos são extraídos da Rádio Relógio (informações ouvidas, mas nunca entendidas); gosta de cachorro-quente e coca-cola. Aceita tudo isso sem questionar, pois teme as conclusões a que pode chegar (arrepende-se em Cristo por tudo, mesmo não entendendo o que isso significa; não se vingava porque lhe disseram que isso é “coisa infernal”; apaixona-se pelo desconhecido, como no caso da palavra “efemérides”, mas nunca procurava, efetivamente, conhecer o incognoscível, pois era mais fácil aceitar aceitar-lhe a existência e admirá-lo a distância).
Consequentemente, torna-se personagem “torta”, de tanto encaixar-se num meio que tanto a repele. O próprio emprego de datilógrafa é revelador: ela o era por acreditar que este lhe dava alguma dignidade. Buscava a dignidade, como se não tivesse direito a ela. Outro dado revelador é seu relacionamento com Olímpico, desculpando-se com ele todo o tempo, chegando a dizer-lhe que não é muito gente, que só sabe ser impossível.
Ela não se defende por seus próprios valores, mas tenta adaptar-se aos valores do namorado, nunca discutindo a validade deles.
Olímpico representa o contraponto em relação a Macabéa. Seus valores em nada se relacionam aos dela: metalúrgico, quer ser deputado, afastar-se de Macabéa e ficar com Glória, a loira oxigenada, colega de trabalho de Macabéa; afinal, o pai dela era açougueiro, o que lhe dava maiores perspectivas de vida.
E tudo isso é, literalmente, engolido, tão deglutido, que ela não admite a idéia de vomitar; afinal, isso seria um desperdício.
Ao mesmo tempo, é sensual em seus pensamentos, ou nos momentos de solidão, como quando viu o homem bonito no botequim, ou ainda quando ficou em casa - ao invés de ir trabalhar - vivendo a sensação de liberdade.
O prazer em Macabéa é algo que sempre se alia à dor. Ao ver o homem, por exemplo, apesar do prazer que tal visão lhe dá, há o sofrimento por não o possuir e por ter a certeza de que alguém assim é mesmo só para ser visto. Macabéa já havia experimentado essas sensações contraditórias com outra pessoa, a tia, que, ao bater na menina, sentia prazer ao vê-la sofrer: “... e ela era só ela”, imune à vida, vida que era morte, por tanta aceitação.
O instinto de vida, que está ligado ao prazer, vem sustentáa-la. Diz o narrador: “Penso no sexo de Macabéa (...) seu sexo era a única marca veemente de sua existência.”
E ainda, mais adiante, ligando o prazer à morte: “Ela nada podia mas seu sexo exigia, como um nascido girassol num túmulo.”
De que “relação sexual” se pode falar no caso de Macabéa? Da relação com a própria vida, que ela insiste em manter, no seu conceito tão particular de beleza: usava batom vermelho, queria ser atriz de cinema com Marylin Monroe, apreciava os ruídos, pois eram vida.
Essas sensações se intensificam quando vai à cartomante Carlota (por recomendação de Glória), no momento em que esta lhe revela: a felicidade viria de fora, do estrangeiro. A cartomante mostra-lhe a tragédia que é sua vida (coisa de que, até o momento, não havia tomado consciência), mas, ao mesmo tempo, dá-lhe a esperança de acreditar que as coisas poderiam ser diferentes... a possível felicidade.
Quando sai da casa da cartomante, é atropelada por Hans, que dirigia um automóvel Mercedes-Benz, momento em que a vida se torna “um soco no estômago”:
“Por enquanto Macabéa não passava de um vago sentimento nos paralelepípedos sujos. (...) 
Tanto estava viva que se mexeu devagar e acomodou o corpo em posição fetal. Grotesca como sempre fora. Aquela relutância em ceder, mas aquela vontade do grande abraço. Ela se abraçava a si mesma com vontade do doce nada. Era uma maldita e não sabia. (...)”
A morte dela é o momento em que Eros (Amor) se une a Tanatos (Morte), vida e morte, num momento doce, e sensual:
“Então - ali deitada - teve uma úmida felicidade suprema, pois ela nascera para o abraço da morte.
(...) E havia certa sensualidade no modo como se encolhera. Ou é como a pré-morte se parece com a intensa ânsia sensual?
É que o rosto dela lembrava um esgar de desejo. (...)
Se iria morrer, na morte passava de virgem a mulher. Não, não era morte pois não a quero para a moça: só um atropelamento que não significava sequer um desastre. Seu esforço de viver parecia uma coisa que se nunca experimentara, virgem que era , ao menos intuíra, pois só agora entendia que mulher nasce mulher desde o primeiro vagido. O destino de uma mulher é ser mulher. Intuíra o instante quase dolorido e esfuziante do desmaio do amor. Sim, doloroso reflorescimento tão difícil que ela empregava nele o corpo e a outra coisa que vós chamais de alma. (...)
Nesta hora exata, Macabéa sente um fundo enjôo de estômago e quase vomitou, queria vomitar o que não é corpo, vomitar algo luminoso. Estrela de mil pontas.
O que é que eu estou vendo agora é e que me assusta? Vejo que ela vomitou um pouco de sangue, vasto espasmo, enfim o âmago tocando no âmago: vitória!”
Sua boca, agora, vermelha como a de Marylin Monroe, no apogeu orgásmico da morte, grita, pela primeira vez, depois de vomitar, à vida:
“E então - então o súbito grito estertorado de uma gaivota, de repente a águia voraz erguendo para os altos ares a ovelha tenra, o macio gato estraçalhando um rato sujo e qualquer, a vida come a vida.”
Chegamos, afinal, ao momento da epifania do narrador fundido à Macabéa: é a vida que grita por si mesma, independente da opressão e da marginalização social. O momento, entremeado com silêncio, da consciência a que se chega pelo ato de escrever:
“(...) O instante é aquele átimo de tempo em que o pneu do carro correndo em alta velocidade toca no chão e depois não toca mais e depois toca de novo. Etc. , etc., etc. No fundo ela não passara de uma caixinha de música meio desafinada.
Eu vos pergunto: - Qual é o peso da luz? 
E agora - agora só me resta acender um cigarro e ir para casa. Meu Deus, só agora me lembrei que a gente morre. Mas - mas eu também?!
Não esquecer que por enquanto é tempo de morangos. 
Sim.”
Enfim, descobrimos, agora, que tudo começa e acaba com um sim. Também é preciso coragem para morrer, silêncio para ouvir o grito da vida.

O romance A Hora da Estrela, de Clarice Lispector, foi publicado pela Francisco Alves Editora, 17ª; edição, da qual foram extraídas as citações utilizadas na análise. Rodrigo S.M., narrador onisciente, conta a história de Macabéa, personagem protagonista, vinda de Alagoas para o Rio de Janeiro, onde vivia com mais quatro colegas de quarto, além de trabalhar como datilógrafa (péssima, por sinal).

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