14 de jan. de 2017

Presídios palcos de chacinas têm internos bebendo água de privada

A BBC Brasil foi a primeira equipe de jornalismo a entrar no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e na cadeia pública Raimundo Vidal Pessoa, onde quatro pessoas foram mortas dois dias após a primeira chacina. A visita ocorreu na última terça-feira.
A estrutura externa do presídio centenário é tomada pelo mofo.
A unidade foi desativada em outubro de 2016 justamente por ter problemas graves na estrutura. Mas precisou ser reaberta dois dias depois da matança no Compaj para receber presos que corriam risco de morrer.
Do lado de dentro, há um forte cheiro de lixo, fezes e urina. Apenas uma grade, protegida por um guarda armado, separa o portão de entrada do contato direto com parte dos presos.
Já começava a escurecer quando a reportagem chegou a essa barreira e ficou a menos de dez metros dos internos.
Eles passam a fazer suas reivindicações em voz alta. "Por favor, nos ajudem! A gente não tem nenhum item de limpeza pessoal e, para piorar, estão fechando nossa água. A gente fica com tanta sede que chega a tomar água do vaso sanitário", diz um deles.
Outro mostra sua perna machucada. Assim como ele, outros presos mostram marcas que herdaram da chacina no Compaj, e pedem para que sejam levados a um hospital. Também há reclamações de hipertensos e diabéticos sem remédios.
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-38581392

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