4 de mai. de 2015

Resenha do Filme Trezentos

O Filme 300 baseia-se numa história real, caso alguém não saiba. Nele, é retratada a Batalha das Termópilas, conflito envolvendo gregos e persas, que se deu no século 480 a.C. Essa batalha compõe um conjunto de embates conhecido como Guerras Médicas ou Guerras Greco-Persas. As batalhas travadas durante as Guerras Médicas são, em ordem: Maratona, Termópilas, Salamina e Plateia. 

Cada um desses conflitos é bastante interessante, contudo deixo a descrição dos mesmos para posts futuros. O que nos interessa agora é que, de maneira geral, os conflitos eram entre gregos e persas, e que o final da batalha de Maratona é marcado pela vitória dos atenienses (gregos) sobre os persas. Bem, os persas comandavam um império imenso e poderoso, logo podemos concluir que não saíram muito felizes da derrota em Maratona. 

Foi uma questão de tempo e oportunidade para que Xerxes, rei persa, tornasse a tentar invadir a Grécia. Os gregos estavam em apuros. Ao contrário de Roma e da Pérsia, a Grécia nunca conseguiu formar um império, visto que era dividida em cidades-Estado, as quais tinham bastante autonomia. Não havia um “exército grego” bem definido. Em tempos de guerra, algumas cidades-Estado uniam forças contra o inimigo comum. Quando não estavam em guerra com estrangeiros, essas cidades costumavam brigar entre si. Em oposição ao fragmentado exército grego, estava o numeroso agrupamento persa, constituído de persas e outros povos dominados. 

O filme 300 retrata a autonomia das cidades gregas e, principalmente, a grande rivalidade existente entre Atenas e Esparta.
See, rumor has it the Athenians have already turned you down, and if those philosophers and, uh, boy-lovers have found that kind of nerve, then...”
A frase acima, dita pelo rei espartano Leônidas ao mensageiro persa, tem o sentido próximo a “Veja, há rumores de que os atenienses já recusaram sua oferta [de rendição]; e, se aqueles filósofos e, uh, amantes de garotos [interpretem como quiserem] tiveram essa coragem, então...”. Ou seja, os atenienses eram os pensadores e filósofos. Sua educação trabalhava o corpo e a mente igualmente. Já a espartana...
Os espartanos eram os guerreiros de elite da Grécia Antiga. O título não vinha fácil. Ao nascer, todos os meninos de Esparta eram examinados por enviados do governo. Se apresentassem alguma falha genética, doença ou qualquer indício de fraqueza, eram jogados de um precipício, sem mais. No filme 300, vemos isso na cena em que Leônidas, recém-nascido, é segurado à beira de um penhasco. Fico pensando o que seria do legado grego atualmente se o futuro rei espartano tivesse sigo jogado para a morte...

Isso era só o começo. Após sobreviver a esse teste, o menino tinha pouco tempo para viver com sua família. Por volta dos sete anos, era levado para ser treinado como guerreiro perfeito. Nos treinamentos, aprendia a matar ou morrer, a não demonstrar sentimentos, a nunca recuar numa batalha. Havia muitos testes. Num deles, duas crianças eram açoitadas até que uma desmaiasse, enquanto seus pais assistiam e gritavam para o filho não fraquejar. Em outro, o jovem espartano deveria roubar comida sem ser pego. Se fosse pego, era severamente punido. Isso é bem retratado no filme. 

Muitos garotos morriam nos treinamentos. Os que chegavam ao fim vivos, ganhavam armas e adentravam o exército. Era uma grande honra. Agora sim, eles eram espartanos de verdade.

E quanto à mulher? Ao contrário das demais localidades do mundo, inclusive a filosófica e democrática Atenas, a mulher – nas palavras de meu professor de história –  tinha vez e voz em Esparta. Não era igual ao homem, porém era ouvida e respeitada. Isso se deve ao fato de que as fortes mulheres espartanas eram responsáveis por dar à luz futuros guerreiros. Elas também se exercitavam, embora não com o rigor dos homens.
Por: Fátima Menezes

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